E assim que te dispuseste
meus olhos assim ergueram-se ao horizonte de tua majestade
por isso sou grato aos deuses
por me terem beneficiado com tamanha luxúria
pois sei que até as árvores dobram-se ao som de tua voz
cá estou aqui
fingindo ser tal um qual um colibri dominical
que procuro o sentido da essência em outros aromas
e o que mais farei, senão consultar a fatalidade
que me distanciara de tuas mãos outrora cálidas?
que farei, se não alimento os versos que jorravam em minh'alma
como um fonte infinda?
que mais farei,
se as estrelas não mais revelam o segredo dos inescrupulosos?
Que farei,
se o teu sopro não reside mais em meu ser completamente vazio
Outras Primaveras mil desejo ver
para que saiba que o mundo persiste em me redarguir
ensinando-me o que nunca quis saber
Doravante,
navegarei os mares em busca das mais severas noites
e alicerçarei o teu nome nome no monte Olimpo
serás a deusa desconhecida
cujos homens sonharam e se esqueceram de como és
serás o meu monumento
o juramento que fiz a mim mesmo
negando-me o direito de viver
pois a vida nada é sem tua beleza
condenado estou
pois sei o sol jamais me beijará com seus ósculos dourados
e que a noite não me saudará com suas cortesias
por isso aceito a minha sentença
e decreto minha própria falência
e não clamarei por misericórdia
se isto é verdade
que morram os devassos e os promíscuos
mas se for
que os deuses me condenem ao mais vil dos infortúnios
e que meu nome jamais seja pronunciado por nenhum ser vivente
quem sabe algum dia
verei ela sorrir
aí, então, descansarei
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