Anjo Aveludado - [POEMA]


  E assim que te dispuseste

meus olhos assim ergueram-se ao horizonte de tua majestade

por isso sou grato aos deuses

por me terem beneficiado com tamanha luxúria

pois sei que até as árvores dobram-se ao som de tua voz

cá estou aqui

fingindo ser tal um qual um colibri dominical

que procuro o sentido da essência em outros aromas

e o que mais farei, senão consultar a fatalidade

que me distanciara de tuas mãos outrora cálidas?

que farei, se não alimento os versos que jorravam em minh'alma

como um fonte infinda?

que mais farei,

se as estrelas não mais revelam o segredo dos inescrupulosos?

Que farei,

se o teu sopro não reside mais em meu ser completamente vazio

Outras Primaveras mil desejo ver

para que saiba que o mundo persiste em me redarguir

ensinando-me o que nunca quis saber

Doravante,

navegarei os mares em busca das mais severas noites

e alicerçarei o teu nome nome no monte Olimpo

serás a deusa desconhecida

cujos homens sonharam e se esqueceram de como és

serás o meu monumento

o juramento que fiz a mim mesmo

negando-me o direito de viver

pois a vida nada é sem tua beleza

condenado estou

pois sei o sol jamais me beijará com seus ósculos dourados

e que a noite não me saudará com suas cortesias

por isso aceito a minha sentença

e decreto minha própria falência

e não clamarei por misericórdia

se isto é verdade

que morram os devassos e os promíscuos

mas se for

que os deuses me condenem ao mais vil dos infortúnios

e que meu nome jamais seja pronunciado por nenhum ser vivente

quem sabe algum dia

verei ela sorrir

aí, então, descansarei 

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