Escrever é um ato de coragem. Queria eu ter tempo o suficiente para escrever todos os dias. Embora a vida por si só seja um fardo, isso nem sempre me impede de ter boas ideias. Ainda sou daqueles que anotam suas ideias num bloquinho de notas. Também gosto de fazer folhetinhos de cordel. Aprendi a fazer isso depois de velho. Escrevo desde os meus dezesseis anos. É claro! Escrevo como um escritor desde os meus dezesseis anos, pois aprendi a escrever desde os meus 5 anos de idade. Eu sempre achei um máximo registrar as minhas ideias através de uma folha de papel ou qualquer que fosse o material utilizado. No primeiro ano do ensino fundamental minha mãe adotiva me ajudou a criar uma estorinha legal usando apenas figuras recortadas de livros e diálogos criativos. A estória contava o caso de um jacaré que teve uma baita dor de dente. Aí o jacaré foi ao dentista e resolveu seu problema. Fim da estorinha. Sei que parece bem clichê ou superficial, mas aquilo me surpreendeu de tal forma que eu queria ter feito aquilo de novo. Se fosse nos dias de hoje eu com certeza teria dito para a minha mãe: "Mãe! Usa o Chat-GPT!". Acredito que, de certa forma, o meu cérebro recebeu esse estímulo de uma forma tão positiva que mais tarde eu viria a tornar-me um escritor. É claro que eu não nasci com esse dom, da mesma forma que o Cristiano Ronaldo não nasceu jogando bola. Apenas acredito que as coisas seguem o seu devido curso natural. Tive que estudar muito (e ainda tenho), para me tornar um bom escritor. Há quem pense o contrário, mas não me interponho e nem nego o direito de cada um. Simplesmente respeito e aceito a crítica de cada pessoa. Só lamento não ter me informado melhor no início de minha carreira, pois nos dias atuais, é preciso estar antenado às novidades que surgem no mundo moderno. Pra falar a verdade, eu nem sei se vou fazer sucesso com as minhas obras, levando em consideração de que o número de leitores no nosso país vem caindo drasticamente a cada ano. No entanto, sinto-me feliz apenas pelo fato de ter a habilidade para escrever e redigir os meus textos. Este é o meu mecanismo de recompensa. A concorrência é muito grande, e cabe ao escritor, aperfeiçoar-se na área em que atua, do contrário, ficará para trás. Além de escrever como um escritor profissional, também sou adepto da escritoterapia, ou seja, escrevo para tratar minhas doenças mentais. Há dez anos atrás, praticamente todas as garotinhas possuíam diários. Até mesmo os adultos possuíam diários. Se você não sabe o que é um diário, então provavelmente você deve ter nascido da década de 2010 pra cá. Brincadeiras à parte, uma grande parte dos psicólogos recomenda aos seus pacientes para que tenham um diário pessoal. Nele, podemos falar sobre as nossas angústias, medos, fobias, frustrações, desencantos, sonhos, memórias, mágoas e etc. Na minha humilde opinião, acredito seriamente que se todas as pessoas do mundo tivessem um diário, e não só tivessem como também escrevessem, o mundo seria menos repleto de ansiedade. A escrita terapêutica não exige nenhum profissionalismo ou até mesmo um perfeccionismo incondicional de você. Tudo o que você precisa fazer é ser sincero(a) consigo mesmo(a). É bem verdade que é muito difícil ser realista e admitir a verdade, no entanto, esse é apenas o primeiro passo para o tratamento. Não estou e nem tampouco pretendo dizer com isso que todos os seres humanos precisam ter as mesmas práticas e os mesmos costumes. No entanto, é comprovado cientificamente que escrever é um hábito do qual alivia tensões, ameniza a ansiedade, e ajuda você a se conhecer melhor. Talvez eu tenha mudado drasticamente a temática do assunto. No entanto, posso afirmar com todas as letras que o motivo pelo qual escrevo vai muito além da vaidade e da busca pelo reconhecimento. É sempre bom receber aplausos, mas felizmente ou infelizmente até os aplausos são passageiros. O melhor está dentro de nós, isto é, nossa capacidade de escrever algo e poder compartilhar com o mundo. Sempre agradeço a Deus por cada dia de vida que Ele me concede, e também pela criatividade de poder escrever algo novo que venha servir de alguma forma para aqueles que têm interesse em saciar a alma. E como disse Voltaire, grande filósofo iluminista: "Escrevo-vos uma longa carta, porque não tenho tempo de escrever breve".
0 Comentários