Um homem de uma certa cidade pacata bastante respeitado tinha a capacidade de fazer bonecos. Certo dia ele fez cinco bonecos diferentes, um do outro. O primeiro boneco era feito de pano. O segundo era feito de cera. O terceiro era feito de madeira. O quarto era feito de porcelana. E por último, o quinto era feito de aço. Depois de tê-los feito com tanto esforço e dedicação, ele foi à floresta para então poder conversar com a fada-madrinha. Ao encontrar-se com ela, ele pediu-lhe que concedesse vida aos seus bonecos, os quais ele fizera com tanto amor. A fada-madrinha atendeu ao pedido do homem e com sua vara mágica concedeu o fôlego de vida a todos os bonecos, outrora criados. Assim que o homem retornou da floresta, ficara notavelmente admirado, pois os cinco bonecos estavam trabalhando arduamente. O boneco de pano estava ordenhando as vacas. O boneco de cera estava varrendo a casa. O boneco de madeira estava organizando os objetos. O boneco de porcelana estava cultivando o solo do quintal. E o boneco de metal estava concertando o telhado. Muito tempo se passou e aquele homem envelhecera juntamente com os seus bonecos. Sabendo ele que tinha pouco tempo de vida, e que assim morreria, deixou uma herança com a mesma medida para todos os bonecos. Após a morte de seu amoroso criador, os bonecos o sepultaram em uma região montanhosa coberta por flores silvestres. Depois disso, eles se separaram e cada um foi viver a sua vida. No entanto, esta decisão não foi muito agradável para todos eles, pois o boneco de pano fora assaltado por ladrões, os quais rasgaram-lhe ao meio. O boneco de cera gastou toda a sua fortuna e assim teve que trabalhar como empregado, arando o solo em pleno calor do dia, que acabou deixando-o completamente derretido e sem possibilidades para restaurá-lo. O boneco de madeira abandonou a cidade e foi morar na floresta. No entanto, os cupins lhe comeram aos poucos, até não sobrar mais nada dele. O boneco de porcelana subiu em uma árvore para ajudar um gatinho fofo e mansinho a descer de uma árvore, no entanto, ele tropeçara em um galho e arrebentara-se todinho no chão, ficando totalmente aos pedaços. E por fim, o boneco de aço fora consumido pela ferrugem das incontáveis chuvas que lhe acometeram. E assim acabaram-se todos os bonecos feitos pelas preciosas mãos de seu artesão. Quem vos conta esta história, sou eu, a fada-madrinha.
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