A Menina que era Sexta-feira - [CONTO]

    Lá estava Joana brincando com os seus girassóis. Joana era uma menina sonhadora e cheia de sentimentos felizes. Sua casa estava enfeitada com os mais variados tipos de flores. Ela ia para a escola uma vez por semana, o que a deixava triste, pois ela gostava muito de estudar e brincar com os seus amiguinhos.

Quando ela chegava em casa, seu cachorro, Té-té, a esperava com o rabinho balançando alegremente. Ela fazia cócegas na barriga de Té-té até ele fazer pí-pí. Depois de almoçar, Joana ia para fora brincar no imenso jardim que ficava à frente de sua casa. 

O jardim exalava um aroma muito agradável e gostoso. Depois de brincar com as flores, ela descia para o córrego d’água que ficava a alguns poucos metros de sua casa. Como ela morava distante da cidade, ela brincava sozinha com a água transparente daquele córrego de águas cristalinas. Já era tarde, e Joana precisava responder à lição da escola. Seu papai e sua mamãe a ajudavam a fazer a tarefa da escola com muito amor e carinho. A hora do jantar havia chegado, e a menina, então, guardou os seus livros e o caderno na mochila para jantar.

Após sentar-se à mesa juntamente com seus pais, Joana rezou o Pai-Nosso como era de costume, e depois, começou a comer. Té-té, o cachorro, ficava no pé da mesa, olhando e balançando o rabinho para ela na tentativa de conseguir aquele bom e suculento pedaço de carne. 

Apesar de seus pais proibirem a menina de jogar pedaços de carne para Té-té, ela sempre achava um jeito de dar dois ou três pedaços de carne para ele. Após o jantar, a mãe de Joana sempre costumava ficar sentada naquela cadeira de balanço enorme tricotando com o seu novelo de linha cor de rosa, enquanto seu papai ficava sentado no sofá assistindo televisão. 

Como Joana não tinha mais nada de interessante para fazer, ela tirou as suas bonecas feitas com sabugo de milho e começou a brincar. Depois de um tempinho, a mamãe de Joana levantou-se da cadeira e falou para ela.

¬Venha! É hora de dormir!

¬ Mas, eu não quero dormir agora, mamãe!

− Tudo bem, mais só mais um tempinho!

− Mamãe!

− O que é, meu amor?

− Amanhã é sábado?

− Sim, meu anjo!

¬ E depois de sábado é domingo?

¬ Sim, meu amor!

¬ Tem como controlar o relógio?

− Como assim, querida?

− É que eu gostaria de controlar o tempo.

− Mas, pra quê, meu doce?

− Pra que todo dia fosse Sexta-feira.

A mamãe e o papai da menina levaram-na para o quarto. Após contar uma bela estorinha, Joana caiu no sono e começou a dormir tranquilamente. Té-té, o cachorro, estava debaixo da mesa, olhando os minutos passarem. É como se ele estivesse entediado. O papai de Joana foi para o quarto dormir, enquanto a mamãe continuava ao lado dela, passando a mão delicadamente entre os seus cabelos. Enquanto ela passava a mão de forma carinhosa entre os cabelos de sua filha, ela cantava uma música de ninar. Tão bela era a sua voz que Joana até se esquecera que o dia de amanhã existia. E assim a mãe de Joana começou a cantar:


♫ Dorme, meu bem

 que o Sol já vai brilhar

 o tempo é tão curto

 e passa devagar ♫


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